Israel x Irã: o Leão se levanta

No dia 13 de junho, a guerra entre Israel e Irã que, de certo modo, vem ocorrendo desde os ataques de 7 de outubro de 2023, iniciou-se oficialmente. Isra...

Israel x Irã: o Leão se levanta
Israel x Irã: o Leão se levanta (Foto: Reprodução)

No dia 13 de junho, a guerra entre Israel e Irã que, de certo modo, vem ocorrendo desde os ataques de 7 de outubro de 2023, iniciou-se oficialmente. Israel conduziu um ataque preemptivo a fim de neutralizar as aspirações iranianas de construir uma bomba nuclear que ameace sua existência. Essa guerra é a continuação de um conflito maior e duradouro, iniciado há 2.500 anos.

As negociações do governo norte-americano com líderes do Irã estavam fracassando, enquanto o regime ganhava tempo para tentar construir uma arma nuclear, estágio que se encontrava avançado. Israel não podia se dar ao luxo de esperar e aguardar a aniquilação prometida há décadas pelo regime iraniano.

Um povo como leão

Horas antes das FDI lançarem seu maior e mais significativo ataque em solo iraniano na história recente, o primeiro-ministro Benjamim Netanyahu fez uma visita ao Kotel — local mais sagrado do judaísmo. Após orar, colocou uma nota de próprio punho entre as pedras ancestrais, em que estava escrito: “Um povo como uma leoa se levantará; como um leão se erguerá”. A nota foi fotografada e divulgada por jornalistas que acompanhavam o primeiro-ministro.

A frase foi extraída do livro de Números, mas ninguém entendeu o porquê dessa citação. O mistério somente foi desvendado quando as FDI iniciaram seu ataque aos alvos estratégicos do Irã naquela noite. O nome da operação militar divulgada pelas FDI, enquanto as aeronaves da Força Aérea rasgavam os céus iranianos, era Am Ke’lavi (Um Povo como Leão).

“O povo se levanta como leoa; ergue-se como um leão que não se deitará sem ter devorado a presa e bebido o sangue de suas vítimas” (Nm. 23:24). Estas palavras foram ditas por Balaão, o profeta instado por Balaque, príncipe dos moabitas, a amaldiçoar o povo de Israel quando ainda peregrinava no Sinai. Balaque ofereceu a Balaão grande soma de dinheiro para proferir maldições, mas o Senhor o impediu. Ao invés disso, Balaão foi obrigado a abençoar Israel.

Milênios mais tarde, o primeiro-ministro de Israel usava essa mesma bênção para batizar uma das operações que já entrou para a história como sendo uma das mais ousadas das FDI. Am Ke’Lavi não é apenas uma operação, mas uma declaração de fé e de união nacional que deve retinir nos ouvidos de todos os inimigos de Israel como Balaque.

Um antigo inimigo

No capítulo 8 do livro de Ester, Assuero deu permissão aos judeus do império persa para fazerem guerra contra todos os que, antes, receberam de Hamã a incumbência de matá-los a fim de cumprir seu plano de aniquilar Israel. Isso ocorreu no dia 23 de Sivan (Et. 8:9). Neste ano de 2025, 23 de Sivan coincidiu com 19 de junho, o sexto dia da atual guerra entre Israel e Irã. Isso está longe de ser mera coincidência.

A Pérsia é o atual Irã e Hamã foi substituído por Khamenei. Os personagens são diferentes, mas o objetivo maligno é o mesmo. Hamã era possuído de um ódio inexplicável contra Mordecai e o povo judeu a ponto de pedir ao rei Assuero sua aniquilação. O mesmo ódio inexplicável tem levado Khamenei e seus representantes declararem aos quatro ventos sua intenção de aniquilar Israel e “varrê-lo do mapa”.  

O mesmo principado da Pérsia que resistiu ao anjo Gabriel por 21 dias, no livro de Daniel, continua se opondo a Israel hoje. Essa é uma guerra espiritual de altíssimo grau, envolvendo espíritos poderosos e arraigados na região mais antiga do mundo. A guerra entre Israel e Irã é mais um capítulo desse confronto milenar.

“Aconteceu o contrário”

O capítulo 9 de Ester se inicia dizendo que, “no dia em que os inimigos dos judeus esperavam apoderar-se deles, aconteceu o contrário, pois os judeus é que se apoderaram dos que os odiavam. Nas suas cidades, em todas as províncias do rei Assuero, os judeus se reuniram para atacar aqueles que queriam destruí-los” (v.1-2).

Após décadas ouvindo a sentença de morte prometida pelo regime iraniano, Israel teve sua existência de fato ameaçada, considerando a proximidade que esteve o Irã de produzir uma bomba nuclear, assim como foram ameaçados seus antepassados no exílio na Pérsia. A sentença de morte, porém, virou-se contra seus inimigos. Como Deus frustrou os intentos malignos de Hamã, há 2.500 anos, Ele está frustrando os planos iranianos hoje, cujo propósito é o mesmo de antigamente: eliminar Israel. Ao ter seu real intento exposto pela rainha Ester, a aparente força e poder de Hamã ruíram em questão de minutos.

Do mesmo modo, a aparente força e poder do regime iraniano está ruindo perante os olhos do mundo. Ao deflagrar a Operação Am Ke’Lavi, em questão de minutos, as FDI e o Mossad neutralizaram a robusta estrutura de defesa aérea iraniana. No décimo dia da Operação, a Força Aérea de Israel detém total domínio do espaço aéreo iraniano. Centenas de aeronaves já transitaram livremente pelos céus do Irã para realizar ataques precisos sobre alvos militares sem a perda de uma só aeronave.

Após nove dias de iniciado, o conflito arrastou consigo a maior potência militar do planeta para executar um ataque que apenas os EUA eram capazes. Foram empregados os bombardeiros B-2 Spirit — os mais avançados do mundo — para lançar as MOP, únicas bombas capazes de causar dano à planta nuclear iraniana de Fordow, instalada a cerca de 90 metros abaixo do solo.

Foram também empregados mísseis Tomahawk, lançados de dois submarinos nucleares, sobre as plantas nucleares de Natanz e Isfahan. Assim, a grande ameaça nuclear que visava destruir Israel levou um golpe irreversível. Parece que “aconteceu o contrário”, exatamente como há 2.500 anos, no mesmo império.

A profecia de Balaão

Assim como Hamã foi exposto e deposto de sua alta posição, enfraquecido e humilhado perante seu próprio povo, o regime iraniano tem sido humilhado e exposto não apenas perante seu povo, mas aos olhos do mundo inteiro. Por mais que os inimigos de Israel tentem, não poderão destruí-lo. Deveriam atentar para as palavras proféticas de Balaão quando Israel ainda era um povo errante no deserto.

“Não há encantamento contra Jacó, nem adivinhação contra Israel. Agora será dito de Jacó e de Israel: Que coisas Deus tem feito! Benditos os que te abençoarem e malditos os que te amaldiçoarem!” (Nm. 23:23; 24:9)

Para saber mais, acesse https://www.aoliveiranatural.com.br/2025/06/23/a-guerra-entre-israel-e-ira/

 

Getúlio Cidade é escritor, tradutor e hebraísta, autor de A Oliveira Natural: As Raízes Judaicas do Cristianismo e do blog www.aoliveiranatural.com.br.

* O conteúdo do texto acima é uma colaboração voluntária, de total responsabilidade do autor e não reflete necessariamente a opinião do Portal Guiame.

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